Existe relação entre dor e qualidade do sono?
O sono é um processo fisiológico essencial para o bom funcionamento do corpo humano. Dormir bem é fundamental para prevenir problemas de saúde, como alterações metabólicas, imunológicas, transtornos mentais e, especialmente, o surgimento e a manutenção de dores crônicas. Esse efeito está relacionado ao papel restaurador do Sistema Nervoso Central (SNC) durante o sono, que refresca o cérebro e o corpo, ajusta as experiências emocionais e consolida a memória e a criatividade.
Pacientes com dores crônicas frequentemente apresentam uma diminuição da qualidade do sono, o que pode agravar complicações como ansiedade, depressão e distúrbios do sono, impactando a produtividade e o bem-estar geral.
O que é dormir bem?
Dormir bem vai além de simplesmente dormir por 8 horas. O ciclo sono-vigília muda ao longo da vida e difere entre homens e mulheres. Durante o sono, passamos por diferentes estágios, que incluem:
- Sono REM (movimentos rápidos dos olhos)
- Sono Não-REM, subdividido em três etapas: N1, N2 e N3
Esses estágios se alternam com períodos curtos de vigilância, e cada um exerce funções distintas no corpo e na mente.
Características de uma boa noite de sono:
- Quantidade adequada de sono
- Ciclos completos de sono
- Consistência no horário de dormir
- Boa qualidade do sono
- Ausência de distúrbios do sono
- Sensação de revitalização ao acordar
- Melhora do bem-estar geral
- Ausência de dependência de substâncias para dormir
- Ausência de sobrecarga excessiva durante o dia
Como a dor impacta na qualidade do sono?
Quando qualquer uma dessas características do sono é comprometida, os efeitos reparadores são prejudicados. A longo prazo, isso pode gerar sintomas como:
- Fadiga e cansaço
- Dificuldade de atenção e concentração
- Alterações de humor, como irritabilidade e preocupação excessiva
- Sonolência diurna e falta de motivação
- Cefaleia, tensão muscular e problemas gastrointestinais
- Queda na produtividade e piora nas interações sociais
Em pacientes com dor crônica, essas características são especialmente prevalentes, com até 88% apresentando insônia no início do sono ou dificuldade em manter-se dormindo. Despertares noturnos frequentes também são comuns.
Estudos demonstram que a intensidade da dor afeta diretamente a duração e a eficiência do sono. Quanto maior a dor, pior é a qualidade do descanso e mais severos são os efeitos patológicos. Essa relação é observada principalmente em pacientes com dores cervicais, lombalgia, fibromialgia e enxaqueca, mas qualquer tipo de dor pode causar distúrbios do sono.
A perda de qualidade do sono associada à dor crônica tem um impacto significativo na vida dos pacientes. Sem tratamento adequado, essas pessoas podem entrar em um ciclo de sono não reparador, aumentando progressivamente a intensidade da dor. Esse cenário afeta a saúde física, intelectual, psíquica e ocupacional, comprometendo a qualidade de vida.
Mudanças no estilo de vida e o tratamento multidisciplinar da dor são essenciais para melhorar a qualidade de vida e restaurar as atividades diárias de maneira saudável. Se você sente dores ou dificuldades para dormir, não deixe que isso se agrave.
Procure atendimento especializado e comece seu tratamento o quanto antes.